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Foto do escritorRogéria Cristina Alves

16/06 -Dia da Criança Africana

Instituído em 1991 pela Organização da Unidade Africana (OUA), a data rememora o ocorrido em 16 de junho de 1976, quando centenas de crianças negras de Soweto ( na África do Sul) protestaram pelo direito de aprenderem a sua língua materna e pela melhoria da qualidade de Ensino nas escolas para negros.



A manifestação ocorreu em Soweto (África do Sul), quando crianças e jovens organizaram uma passeata pacífica contra uma medida educacional que previa a obrigatoriedade do ensino da língua africâner nos currículos escolares. A África do Sul vivia sob o regime do apartheid: quando a minora da população branca governava, segregando a maioria, que era a população negra. Essa política racial perdurou por mais de quatro décadas, entre 1948 a 1994, quando Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul. O africâner era considerado a língua-símbolo do apartheid.

De acordo com relatos históricos, a confusão que deu origem a um conflito armado teve início quando um policial atirou uma bomba de gás lacrimogêneo na multidão. Os outros policiais supostamente acreditaram que o barulho fosse um tiro, disparado pelos jovens contra a polícia e começaram a disparar contra a multidão. Ao menos 23 pessoas foram mortas nesta ocasião. Um registro fotográfico deste fatídico dia, feito pelo jornalista Sam Nzima, é conhecido internacionalmente, por retratar o corpo do menino Hector Pieterson, de 12 anos. Na foto, o corpo de Hector é amparado pelo estudante Mbuyisa Makhubu, ao lado da irmã, Antoinette.



Por três dias, em várias partes do país, houve tumultos, incêndios e saques, provocando mais mortes. A maior parte das vítimas era, evidentemente, de negros, que enfrentavam com paus e pedras, soldados fortemente armados em veículos blindados, com lança-bombas de gás, cães policiais e helicópteros.

A iniciativa da OUA rememora a data e também relembra a todos que a Declaração dos Direitos da Criança é uma Lei Internacional, cuja premissa reafirma os direitos humanos fundamentais, "visando que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades e apela a que os pais, os homens e as melhores em sua qualidade de indivíduos, e as organizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais reconheçam este direitos e se empenhem pela sua observância mediante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas".


 

Dica de trabalho com a temática para Educadores


  • Contextualize a data com seus estudantes, demonstrando o porquê de sua existência. Busque uma reflexão sobre a relevância do tema e de sua fundamentação na premissa dos Direitos Humanos.

  • Procure fazer um exercício de localização geográfica com os estudantes, numa busca por mapas e outras ferramentas geográficas, pela localização espacial da África do Sul e de Soweto.

  • Aproveite a oportunidade para trabalhar com imagens variadas sobre as crianças de origem africana, enfatizando aspectos sócio-culturais da infância em diferentes países africanos. Uma boa dica de material neste sentido são os livros produzidos pelo projeto "Olhares Cruzados", cuja realização é da OSCIP Imagem da Vida. Com várias edições, o projeto produziu alguns materiais sobre as crianças de alguns países africanos, como Gana e Senegal. Conheça mais sobre essa proposta com o vídeo a seguir:


Bibliografia (clique nos nomes para acessar mais informações):



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