Você sabia que por um longo período de tempo, as bolhas de bilhar usadas na Europa e América foram fabricadas em marfim de elefantes africanos?
Homem posa para foto, sobre uma pilha de 20.000 bolas de bilhar. Na legenda da foto original há a informação de que cada par de presas extraídas de uma elefante adulto seria capaz de produzir em média 10 bolas de bilhar. Ou seja: nesta foto contabiliza-se a morte de 2000 elefantes.
No ano de 1822 o deputado Rocha Loureiro discursava na corte portuguesa e lançava mão de uma metáfora para justificar suas ideias. A metáfora nos chama atenção pela menção à bola de marfim: "Senhores, o mundo não deixa de ter a forma de esferoide que tem, só porque se lhe corte entre os lombos , o espinhaço das montanhas. A bola de marfim não deixa de ser redonda, porque o microscópio lhe descobre cavidades; o Congresso nacional ainda será Congresso ainda que lhe falte um ou outro deputado."A fala do deputado remete ao uso do marfim de elefantes para confecção de bolas de bilhar, uma prática que fora comum no século XVIII, com o crescimento da prática do jogo de bilhar entre as camadas mais abastadas da Europa e posteriormente, na América. O uso dessa matéria-prima pela indústria do bilhar foi acentuado ao longo do século XIX e acarretou na morte de muitos elefantes, em especial os elefantes africanos - o que era agravado pela colonização europeia do continente africano.
Embora resistente, as bolas de bilhar de marfim não eram indestrutíveis, além disso, com a alta demanda das peças, o marfim tornou-se mais escasso e caro, levando aos fabricantes de bola de bilhar a buscarem alternativas de materiais para fabricação das bolas.
Comentários