A minha experiência presencial nos Arquivos Portugueses nos quais se encontram fontes históricas que nos auxiliam a conhecer a rota dos marfins, iniciou-se às 15 horas (hora local de Lisboa) do dia 20 de julho de 2018 quando estive pela primeira vez no Arquivo Histórico Ultramarino. A viagem a Lisboa para imersão nos Arquivos Históricos está planejada desde 2017, mas somente foi possível realizá-la agora, devido a alguns contratempos pessoais. Durante a fase de planejamento da viagem, pesquisei na internet uma oportunidade de hospedagem que me deixasse o mais próxima possível do principal Arquivo que pesquiso, o Arquivo Histórico Ultramarino, localizado na Calçada da Boa Hora em Lisboa.
O quarto que consegui alugar fica a menos de 500 metros deste Arquivo e o deslocamento, nesse sentido, é muito fácil.
Aluguei o quarto pelo site AIRBNB e conversei com a anfitriã durante todo o meu planejamento: acertei em cheio, pois além da proximidade de restaurantes, supermercado, pequeno comércio local e pontos turísticos, o quarto tem uma excelente vista do Rio Tejo e de parte da histórica Lisboa.
A minha primeira impressão sobre o Arquivo foi muito boa: limpeza e boa organização, uma ampla sala de leitura, arejada e com vários lugares e um atendimento muito atencioso dos funcionários do Arquivo. Logo na entrada do prédio foi informada de que o acesso à sala de leitura se dá nos dias úteis, no horário de 13h15min as 19h15min (informação que eu já havia pesquisado no site da instituição). Há armários disponíveis para que os pesquisadores guardem objetos pessoais – o acesso ao ambiente de leitura só é permitido mediante o alojamento de bolsas e garrafas de água.
Para realizar a leitura dos documentos é preciso realizar uma pesquisa prévia nos catálogos do acervo (grande parte destes catálogos está online) e anotar as referências de localização de cada documento que se pretende consultar. Como eu já tinha uma experiência de acesso online à consulta dos documentos presentes no AHU, elaborei uma ficha de pesquisa na qual consta as principais informações sobre a localização das fontes que pretendia acessar. Acesse o site do AHU para maiores informações: http://ahu.dglab.gov.pt/.
A minha pesquisa no AHU concentra-se especialmente sobre os documentos que tratam do comércio de marfim saído de Angola. Assim, o meu primeiro fundo documental a ser pesquisado é a chamada série parcial de Angola. Essa série encontra-se parcialmente catalogada em um arquivo no formato PDF que possui, aproximadamente, 900 páginas. Realizei uma busca simplificada neste catálogo e pude encontrar cerca de 40 referências documentais envolvendo o termo “marfim”. A série compreende os anos de 1602 a 1833. Contudo, os documentos que se encontram catalogados e que possuem uma ementa na qual consta o seu conteúdo, estão compreendidos entre os anos de 1602 a 1765. Os demais documentos exigirão uma pesquisa a miude, por cerca de 69 caixas nas quais a quantidade de documentos varia
(sendo que a caixa mais cheia possui 120 documentos e a mais vazia, 3 documentos).
A partir do marco temporal que estabeleci (1700-1808) para a pesquisa em desenvolvimento, selecionei os documentos que mais se relacionavam com meu objetivo principal: saber como ocorria o trato do marfim entre a costa atlântica angolana e a costa brasileira. Desde o início do ano de 2018 estive em contato com os funcionários do Arquivo, por meio do atendimento online (via email), no qual solicitei algumas reproduções das fontes que selecionei. De janeiro a junho de 2018, solicitei por duas vezes, a reprodução de 21 documentos, que já estão sendo trabalhados por um bolsista da iniciação científica, contratado em abril de 2018, para me auxiliar na leitura e copilação dos dados. Esses documentos tratam essencialmente da relação das pontas de marfim (quantidade e peso) enviadas dos portos de Angola e de Benguela para os portos do Brasil, nesta primeira seleção, as fontes abarcam o espaço temporal da primeira metade do século XVIII.
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